"Conceder a palavra às crianças não significa fazer-lhes perguntas e fazer com que responda aquela criança que levantou a mão em primeiro lugar [...]. Conceder a palavra às crianças significa, pelo contrário, dar a elas as condições de se expressarem."
(TONUCCI, 2005).

domingo, 11 de novembro de 2018

Projeto Cuidando do Mestre


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 Projeto Cuidando do Mestre



PAIS QUE BRINCAM DÃO MAIS LIMITES AOS FILHOS



Contrariando o senso comum, a brincadeira é uma coisa muito séria, pelo menos em termos de importância para o desenvolvimento infantil e para a relação entre pais e filhos. É relativamente convencionado que a brincadeira é uma distração pueril, um passa tempo divertido. Este modo de ver a brincadeira carrega marcas pejorativas à medida que desvaloriza a importância da brincadeira, mas também porque está associada a uma certa construção social de ser criança, de ser pueril, de ser algo infantil, como fossem aspectos inferiores do humano.
Vários estudiosos têm mostrado que a criança e a fase da infância não devem ser vistas como etapas inferiores do desenvolvimento e nem reduzidas à sua condição de simples preparação para a vida adulta. O sociólogo Willian Corsaro, por exemplo, em seu livro Sociologia da Infância, apresenta uma compreensão de que a infância tem uma importância per si. De modo semelhante, estudos clássicos, como os desenvolvidos por Henri Wallon, também demonstram a importância de valorizar a vivência das crianças, suas infâncias, como algo único e complexo no desenvolvimento humano.
É nesse sentido de valorizar a experiência infantil, sobretudo a brincadeira, como algo rico em possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem. Outros autores clássicos que ainda inspiram profundamente estudos relacionados a questão do brincar são Vygotsky e Piaget. O primeiro, sustenta a ideia de que ao brincar as crianças ensaiam ações, condutas e pensamentos, consolidando aprendizagens e, consequentemente, desencadeando desenvolvimentos. O segundo, Piaget, contribui, sobretudo, nos estudos relativos ao desenvolvimento moral, que implica noções de regras e limites.
De modo geral, as brincadeiras podem ser de dois tipos: espontâneas, quando não há presença de adultos; e do tipo mediada, quando há presença de adultos e também portando alguma intenção educativa (há ainda a possibilidade da presença de adultos nas brincadeiras, mas sem intenções, pelo menos explícitas, educativas).
Ainda, a natureza da brincadeira demanda regras e limites, mesmo que seja uma “brincadeira inventada” e compartilhada apenas por crianças.
Ao longo dos nossos trabalhos, oriundos de pesquisas e projetos de extensão ou no serviço de orientação à pais, que mantemos na Centro de Práticas e Estudos de Psicologia - Ceppsi, da Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf, temos constatado que pais que brincam com seus filhos, possibilitam que estes melhor desenvolvam noções de limites. Certamente essa noção de limites é uma via de mão dupla, pois os pais também aprendem a melhor compreender seus filhos.
Indo ao encontro da vasta literatura que trata do assunto é possível correlacionar essa constatação (de que país que brincam com seus filhos têm relações mais afetuosos, respeitosos e, portanto, balizadas por limites) à medida que na brincadeira há necessária condição de estabelecimento de regras e limites. Afinal, brincadeira que não tem regras e limites não tem graça, não é verdade? Outra fundamentação tem a ver com os vínculos que são estabelecidos no momento do brincar, sobretudo quando envolvem pais e filhos. Afinal, o brincar é uma ação carregada de prazer e que cria laços.
O momento da brincadeira, portanto, é uma oportunidade singular para que o processo educativo ocorra de maneira natural, possibilitando, inclusive, uma melhor compreensão dos pais em relação aos seus filhos.
Brincar é coisa séria!
Obras sugeridas:
CORSARO, Willian. Sociologia da Infância. Porto Alegre: Artmed, 2011.
PIAGET, Jean. O Juízo Moral na Criança. São Paulo: Summus, 1994.
PIAGET, Jean. O Julgamento Moral na Criança. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
WALLON, Henri. As Origens do Pensamento na Criança, Henri Wallon, São Paulo : Ed. Manole, 1989.
VYGOTSKY, Lev. Formação Social da Mente, SP: Martins Fontes, 2002

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

PESQUISA-FORMAÇÃO COM GESTORES ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO A PARTIR DE UMA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Nesta dissertação, Vanessa Duarte nos provoca fundamentais discussões e nos lega caminhos possíveis para dar conta de lacunas sobre a formação do gestor escolar no que diz respeito a educacão inclusiva. Vanessa , que caminha na pesquisa-formação, é uma nupiana combatente pela causa da inclusão. 
Uma obra, um presente!

DISSERTAÇÃO - CRIANÇAS NOS TERREIROS DE CANDOMBLÉ DO SERTÃO - ROBSON MARQUES



Esta extraordinária dissertação é antes de mais nada uma reverência ao ser criança e aos saberes tradicionais, sobretudo dos povos de terreiro. Robson é uma dos nossos nupianos embaixadores.

Confira, leitor, a beleza que essa obra traz.



quinta-feira, 8 de novembro de 2018

PROCESSOS FORMATIVOS DE PROFESSORAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL: RESSIGNIFICANDO O PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO NO CONTEXTO DE UMA PESQUISA-FORMAÇÃO



Nesta obra, Iolanda Barreto de Santana, mestra do PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES - PPGFPPI - UPE, via uma metodologia da pesquisa-formação aborda os saberes docentes num processo de ressignificação do planejamento pedagógica.



DISSERTAÇÃO - Relações familiares e experiências de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto em um CREAS no sertão de Pernambuco

DISSERTAÇÃO 

Relações familiares e experiências de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto em um CREAS no sertão de Pernambuco

Nesse estudo, Diego Dias Barrense, mestre do Programa de Psicologia da Univasf, investido de uma abordagem bioecológica, analise os contextos de desenvolvimento de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto. Um trabalho significativo para o NUPIE.


DISSERTAÇÃO - CUIDADO EM EDUCAÇÃO: os sentidos da experiência no contexto de Pesquisa- Formação com professoras da Educação Infantil


DISSERTAÇÃO

CUIDADO EM EDUCAÇÃO: os sentidos da experiência no contexto de Pesquisa-
Formação com professoras da Educação Infantil

Trata-se de uma importante e representativa dissertação, de mais um membro do NUPIE, que versa sobre o cuidado e a pesquisa-formação. Clara Maria Miranda de Sousa, mestra pelo PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES
(PPGFPPI / UPE), nos presenteia com essa obra inspiradora.


sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Bang-Bang: vamos matar crianças?



É claro que existe uma diferença entre o que é dito e o que se faz, entre o discurso e a ação. Contudo, palavra e gesto não estão dissociados e os processos educativos evidenciam isso quando, por meio da palavra, informamos, sugerimos, indicamos e transmitimos. E de modo semelhante, por meio do gesto, damos modelos, possibilitamos imitações e enriquecemos os caminhos a serem seguidos. Gestos e palavras se intercambiam e tem gêneses integradas – isto é que nos ensina, por exemplo, a psicologia do desenvolvimento.
Palavra e gesto são, portanto, interdependentes, sobretudo quando pensamos o processo educativo envolvendo pais e crianças. Assim, a cena exibida e replicada para todo o país, do presidenciável Bolsonaro, carregando uma criança e fazendo o gesto de apontar e atirar uma arma de fogo, tem um forte impacto no cotidiano de uma nação, mas principalmente na orientação educativa e relacional que enseja.
Bolsonaro, como um líder político de um país inspira pessoas, serve como horizonte e elege símbolos que norteiam as vidas dos brasileiros. Um gesto assim de atirar e uma palavra assim de bang-bang não pode ser percebido como algo inocente, incólume. As repercussões podem ser desastrosas no modo como a sociedade apreende e reelabora valores e esses, por suas vezes, são articulados aos processos educativos, que são decisivos para o desenvolvimento das crianças.
A cena ainda pouco retratada está muito longe das brincadeiras vividas pelas crianças de atirar, de matar, de guerrear, de lutar… A depender do contexto de desenvolvimento das crianças, tais brincadeiras até ajudam as crianças a elaborarem e a lidarem com sentimentos de raiva e ou frustrações, por exemplo. A cena em questão é da dimensão do valor e indica, inclusive, como solução para algumas mazelas do país, a ideia de que a violência deve ser combatida com violência. Uma coisa é a austeridade em relação aos crimes, corrupções… outra coisa é acreditar que a violência vai combater a violência. Bang-Bang!
O Bang-Bang, portanto, seria a metáfora da violência como forma de lidar com a própria violência. Porém, essa metáfora extrapola o combate à violência (violência no sentido convencional que se refere aos crimes, assaltos, furtos, latrocínios, etc) e vai para o campo mesmo das relações interpessoais. O Bang-Bang seria um modo de lidar também com os conflitos e com o que envolve as diferenças.
O farol reforçado por Bolsonaro orienta o Bang-Bang, no campo social, como meio para lidar com os conflitos e as diferenças, daí a intolerância sendo uma espécie de anti valor a ser cultivado. As portas estão abertas para intensificação da banalização quanto ao machismo, ao racismo e a homofobia, problemas já crônicos no Brasil.
Uma sociedade do Bang-Bang regride o processo civilizatório e deixa mais vulnerável certos grupos sociais, como as crianças. Será que veremos mais crianças morrerem? Vamos matar crianças? Bang-Bang!!!

Postado originalmente :
http://pensaraeducacao.com.br/pensaraeducacaoempauta/bang-bang-vamos-matar-criancas/?utm_source=Jornal+Pensar+a+Educação+em+Pauta+-+Assinaturas&utm_campaign=e7e0b8bed6-EMAIL_CAMPAIGN_2018_10_19_02_22_COPY_190&utm_medium=email&utm_term=0_09ac6f560e-e7e0b8bed6-299658533

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Reunião de pesquisa

Com muito entusiasmo , tivemos a nossa primeira reunião (pós assinatura da cooperação internacional) de pesquisa envolvendo l investigadores do Nupie e do Canadá .  
Ajustamos algumas bases comuns do projeto de pesquisa, que trata do lugar da brincadeira na relação adulto e criança nos contextos familiares e educacionais. 
Muito trabalho nos aguarda!




sábado, 6 de outubro de 2018

Livro fantástico sobre o mundo infantil

Um dos romances mais incríveis que já tive a oportunidade de ler, sobretudo se tratando do universo infantil. Em Paddy Clarke Ha Ha Ha, Roddy Doyle, escritor irlandês, conta a história  de Paddy e suas incríveis aventuras de uma infância da década de 1960. Crianças em bando, explorando as ruas e as vendo se perderem com o avanço das urbanizações modernas, a vida na escola baseada na disciplina e também as brigas entre os meninos e suas espetaculares crueldades, sem falar nas transgressões como os pequenos furtos nas vendas, nas traquinagens com os vizinhos... mas sobretudo a experiência da casa, com seus irmãos e pais em processo lento e continuo de separação... a vivência de Paddy nos permitir te adentrar em seu mundo e sentir uma revolta o tomando ao tempo que sentimos a maturidade, às vezes doida, chegando. Não sai incólume da leitura. O menino Paddy me fez revisitar tambem minha infância e toda a intensa alegre e doida vida que vive. Incrível leitura e lições fantásticas sobre a vida das crianças e também das nossas.. nossas crianças.





terça-feira, 25 de setembro de 2018

O NUPIE PRESENTE NO XIX ENDIPE




Entre os dias 3 a 6 de setembro de 2018, aconteceu em Salvador – BAo XIX Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino – ENDIPE, tendo como tema norteador “Para onde vai a Didática?”. Participaram desse momento alguns integrantes do Núcleo de Estudos e Práticas sobre Infâncias e Educação Infantil (NUPIE), na busca de se imbuir ainda mais pelas reflexões educacionais vigentes. A edição do XIX ENDIPE foi organizada com variadas discussões tratando desde o processo de identidade docente, as reformas curriculares, as políticas educacionais até a didática e o currículo nas formações de professores. 
Marcando sua presença, membros do NUPIE apresentaram dois painéis discutindo pesquisas relacionadas aos eixos de formação de professores. O primeiro painel, intitulado “Pesquisa-Formação: propostas experienciais com educadores, envolvidas de escuta e (re)pensar de práticas”, trata de pesquisasrealizadas por Iolanda Barreto e Clara Sousa a nível de Mestrado em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares (PPGFPPI), e Vanessa Duarte, do Mestrado Profissional em Administração (PROFIAP), tendo como orientação o Prof. Marcelo Ribeiro. O segundo painel apresentado teve como título “Práticas Formativas e Identidades Docentes: experiência de uma autarquia municipal de Educação Superior”, de autoria dos Profs. Josenilton Nunes, Rosi Rocha e Marcelo Ribeiro.
Como participantes do XIX ENDIPE ainda tivemos a presença calorosa de Lila Santos (Mestranda no PPGFPPI) e Maria Júlia Duarte (Filha de Vanessa Duarte). Tais momentos geraram discussões especialmente em torno da formação dos professores (as) na região do Vale do São Francisco e que rumos estão sendo vivenciados nas práticas dos nossos inúmeros professores (as).
Cada integrante compartilha aqui o seu olhar mediante a participação no XIX ENDIPE:
Clara Sousa– Participar do XIX ENDIPE foi continuar a refletir uma educação que pense sempre no outro e não que sejam impostos por um número reduzido de pessoas como uma colonização. Houve discussões em torno de tantas problemáticas que envolvem a educação, mas a que em mim ecoou de maneira mais presente foi a preocupação em torno do elevado índice de adoecimento docente, desesperança diante da profissão, angústias que só crescem mediante a realidade em cada sala de aula, levando a definhamento de tantos professores (as) pelo sentimento de desamparo e desestrutura para uma educação verdadeiramente de qualidade. Saio com o desejo de continuar a tentar a se esperançar e a colocar em prática tanto do que a formação profissional tem me estimulado a viver. 
Vanessa Duarte– Estar no XIX ENDIPE foi uma experiência única. Ouvir diálogos e reflexões acerca da didática me deu ainda mais energia para continuar minha “migração” da gestão pública para a educação. Apresentar um painel junto com as companheiras Clara e Iolanda sob a orientação do Prof. Marcelo foi sem dúvida inesquecível. Porém, como pesquisadora da Educação Inclusiva senti falta de momentos que tratasse do tema a nível do ENDIPE. A educação especial também precisa ter sua didática estudada, suas práticas também precisam ser revistas. Faltou essa discussão, esse diálogo. Então diante dessa constatação reafirmo minha certeza de que a Educação Inclusiva necessita de pesquisa, necessita de atenção, porque ela faz parte do todo. 
Majú Duarte– Quando minha mãe me chamou pensei que seria muito chato ir a um evento sobre educação, na verdade só estava indo porque gosto de Salvador. Mas quando ouvi a primeira palestra criticando a forma de ensino comecei a gostar, porque vi que eu estava certa em achar que a escola tem vários defeitos. Também gostei de ver minha mãe (Vanessa) e suas amigas nervosas para apresentar um trabalho, igual a mim. Vi que alunos são todos iguais independentemente da idade. Também gostei de conhecer o professor Marcelo e todas as orientandas. 
Marcelo Ribeiro– O ENDIPE é um desses grandes encontros que a gente consegue fazer uma espécie de estado da arte da educação. Um misto de evento científico e de militâncias da educação, numa polissemia de temas, o ENDIPE consegue reunir profissionais, estudantes e pesquisadores da educação de diversas áreas, regiões, gerações e perspectivas teórica-metodológica. Um espaço, por si, muito formativo. Estar no ENDIPE é como beber na fonte, sobretudo na fonte dos encontros, de modo que a gente pode viver vários encontros no encontro. Estar com pessoas queridas no ENDIPE, principalmente pessoas ligadas ao NUPIE foi uma oportunidade a mais de atualizar boas conversas, elaborar finas reflexões e aprender juntos.
Iolanda Barreto– Participar de um evento como o ENDIPE, logo após a finalização de uma pesquisa-formação, nos proporcionou um momento bastante reflexivo, sobretudo, fez com que refletisse sobre a diversidade de saberes dos sujeitos, bem como as temáticas que se propõem discutir sobre a Educação. Outro ponto que destaco e que me chamou a atenção foi a simplicidade e humildade com que Selma Garrido Pimenta, pesquisadora 1 A CNPq,   conduzia a apresentação dos simpósios. Por outro lado, me chamou a atenção a “arrogância intelectual”, uma postura, de alguns, poucos pesquisadores. É preciso, urgentemente, colocar em prática o que Freire (2011, p. 69) bem colocou “É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”.Um encontro que me proporcionou também a alegria de conviver, nesses dias com Clara, Vanessa, Marcelo, Maju e Lila, no qual saberes foram compartilhados, afinal, é “o diálogo que proporciona o encontro entre homens como sujeitos que interagem nos processos de transformação do mundo”. É com este pensamento que retornarei e darei continuidade a minha pesquisa e ao meu trabalho.

Lila Moraes- Participar do ENDIPE pra mim foi um momento ímpar de reencontro profissional e pessoal. Um lugar de produção de conhecimento e troca de experiências, repleto de verdade e poética. Professores e professoras reunidos, gerando força na luta pela educação brasileira. 
Viver essa experiência ao lado de colegas tão comprometidas com a educação e com o outro fez toda diferença, vê-las na fase final do Mestrado gerou em mim confiança estando nos primeiros passos, parabéns pelos trabalhos. Gratidão ao nosso orientador Marcelo Ribeiro por proporcionar um encontro tão rico, e as colegas pelos momentos compartilhados, Vanessa, Clara, Iolanda e Maju, esta nos proporcionou uma olhar lindo sobre cada passo dado.
Agora sigamos, como diz o poeta, "caminhando e cantando e seguindo a canção...".

domingo, 16 de setembro de 2018

Univasf e Université du Québec à Trois-Rivières assinam acordo de cooperação técnica



A Universidade Federal do Vale do São Francisco e a Université du Québec à Trois-Rivières (UQTR) assinaram, ontem (10), um acordo de cooperação técnica que possibilita o desenvolvimento de pesquisas em diversas áreas do conhecimento. A assinatura do documento ocorreu via teleconferência, realizada na sala de reuniões da Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), na Reitoria, com a presença do reitor da Univasf, Julianeli Tolentino de Lima, e do reitor da UQTR, Daniel McMahon.
O convênio terá, inicialmente, um projeto de pesquisa a ser desenvolvido no campo da Psicologia Aplicada. O projeto será coordenado na Univasf pelo professor do Colegiado de Psicologia e coordenador o Núcleo de Estudos e Práticas sobre Infâncias e Educação Infantil (Nupie), Marcelo Ribeiro, e terá a participação da psicóloga do Centro de Estudos e Práticas em Psicologia (CEPPSI) Melina Pereira, que trabalharão junto com o professor Mathieu Point, do Departamento de Ciências da Educação da UQTR.
O assessor de Relações Internacionais da Univasf, Isnaldo Coêlho, ressalta que o convênio possibilita a realização de pesquisas envolvendo outras áreas do conhecimento e outros grupos de pesquisadores tanto da Univasf quanto da UQTR. “O convênio permite que outras propostas de pesquisa sejam estabelecidas entre as duas instituições. Os pesquisadores que se interessarem precisam apresentar à Assessoria de Relações Internacionais (ARI) uma proposta de atividade a ser desenvolvida em cooperação com algum centro de acadêmico da UQTR”, afirma Coêlho. A ARI oferece suporte institucional aos interessados, que também podem consultar a Instrução Normativa N˚ 3/2017, que estabelece critérios, requisitos e procedimentos para realização de instrumentos de cooperação internacional.
A UQTR é uma universidade canadense, localizada entre Montreal e Quebéc, que oferece diversos cursos de graduação nas áreas de Educação; Ciências da Saúde; Ciências Sociais; Administração; Ciências Contábeis; Ciências Exatas, Letras, Línguas e Comunicação; Artes e Ciências Humanas. A instituição tem cerca de 14 mil estudantes e conta com programas de mestrado e doutorado.




sábado, 25 de agosto de 2018

Seguindo a leva de produções desenvolvidas por membros do NUPIE, temos o prazer de compartilhar  o artigo de Maria Iracema de Sousa Araújo  "O cuidar e o brincar na promoção de saúde mental em contexto escolar",  fruto do trabalho da Residência Multiprofissional em Saúde Mental (Univasf).


Resumo 
Assumindo o tema “infância, ludicidade e saúde” como fundador de sua problemática, este estudo objetivou compreender como as relações do cuidar e do brincar promovem saúde mental na perspectiva das crianças em uma escola municipal baiana. Participaram seis crianças do nível fundamental, de ambos os sexos, entre seis e sete anos. A multirreferencialidade metodológica foi adotada para a construção de conhecimento, sobretudo o enfoque fenomenológico e a inspiração etnográfica, além dos dispositivos de observação participante, entrevistas informais e atividades lúdicas. Os resultados, via as técnicas de triangulação e redução fenomenológica, apontaram para distanciamento dos responsáveis da escola, relação do vínculo e cuidado, ambiência como fonte de bem-estar e a importância da brincadeira na sala como espaço de prazer e criatividade. O estudo contribuiu para discussões na área suscitando mais empenho em assumir uma educação com saúde. 

Acesse artigo na íntegra:

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Nota de repúdio a LeiMunicipal de Petrolina, nº 3.012/2018

Núcleo de Estudos e Práticas sobre Infâncias e Educação Infantil
http://nucleonupie.blogspot.com.br

Nota de repúdio a LeiMunicipal de 
Petrolina, nº 3.012/2018

O Núcleo de Estudos e Práticas sobre Infâncias e Educação Infantil (NUPIE), da Universidade Federal do Vale do São Francisco  (Univasf), torna público sua nota de repúdio a LeiMunicipal de Petrolina, nº 3.012/2018, de autoria do vereador Rodrigo Teixeira Araújo (PSC), que proíbe o acesso de jovens menores de 18 anos em exposições de obras e espetáculos que contenham nudez, conteúdo devasso, libidinoso ou imoral, ainda que com a autorização dos pais.

O NUPIE, que vem trabalhando na perspectiva da criança como sujeito de direito, inclusive na valorização da família por vínculos saudáveis, compreende que essa Lei é totalmente descabida por três principais razões:
1)   O próprio Estatuto da Criança e do Adolescente já garante a proteção quanto as explorações e sujeições em contextos que maculem a integridade (há leis que já estabelecem limites de idades para certas programações);
2)   A inconsistente Lei fere com o direito dos pais avaliarem o que é pertinente para seus filhos – isto é gravíssimo do ponto de vista do direito da família;
3)   Por fim, a deplorável Lei é essencialmente moral porque fala em termos de “conteúdo devasso, libidinoso ou imoral” . Isto coloca a situação em um patamar subjetivo e sob avaliação de um sensor que ninguém sabe quem é. 

Os possíveis desdobramentos dessa Lei são nefastos, mesmo que tenha um suposto verniz de proteção a infância e a adolescência. Indica, assim, um moralismo medievo, um retrocesso não só do ponto de vista das políticas voltadas a infância, a adolescência e família, como também um golpe a arte e ao estado de direito.

NUPIE lamenta profundamente que os legisladores municipais (pelo menos alguns), numa repetição ignorante (outros municípios brasileiros fizeram algo parecido sob a hipócrita bandeira “da moral e dos bons costumes”), gastem tempo e recursos públicos com coisas dessa natureza, numa desproporcional falta de sentido, afinal todo esse empreendimento poderia estar voltado para potencializar as artes, a educação e mesmo dar dignidade as crianças e adolescentes, inclusive aquelas que vivem nas ruas.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

terça-feira, 3 de abril de 2018

Entrevista sobre o Serviço para Pais



"Pais e cuidadores de crianças e adolescentes podem se deparar diariamente com diversas situações que exigem uma solução rápida e sábia, mas nem sempre sabem como lidar com os conflitos. Para auxiliar na convivência familiar, o Centro de Estudo e Práticas em Psicologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco oferece um serviço de orientação para esse público".


A psicóloga Melina Pereira, da UNIVASF / CEPPSI e coordenadora do NUPIE, fala sobre o serviço para pais em uma entrevista dada a TV CAATINGA.


Assista a entrevista : Entrevista sobre o Serviço para Pais

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Cuidado, Autoridade e Comunicação nas Relações Parentais





Josefa Eugênia Tenório Tavares
(Estagiária de Psicologia - Univasf)


Uma questão que pode causar dúvidas entre os cuidadores na educação das crianças e adolescentes é como conciliar autoridade e cuidado, em outros termos seria saber como estabelecer uma relação adequando limites e carinho.
A compreensão mais comum (muitas vezes inconsciente) é de que para garantir uma boa educação seria preciso impor regras e, autoritariamente, mantê-las. É como se os educadores não entendessem a necessidade de explicar os sentidos das regras, fazendo que sejam apenas cumpridas, mesmo através da força.
Por outro lado, alguns cuidadores confundem cuidado com o agradar a criança não estabelecendo limites. Importante ressaltar que estabelecer limites está relacionado com a responsabilização na educação da criança ou adolescente e também com o cuidado. O estabelecer limites de modo dialogado é uma forma de cuidado e ajuda a criança a desenvolver responsabilidades.
Assim, o sentido de autoridade é muitas vezes incompreendido por cuidadores, como manter uma relação de respeito, estabelecendo limites e ao mesmo tempo dialogada e carinhosa.
É importante que exista uma relação de respeito mútuo, na qual a autoridade não é imposta, mas compreendida como cuidado. Algo que pode ser considerado como crucial para possibilitar uma relação de respeito é a existência de qualidade na comunicação entre cuidadores e crianças/adolescentes.
Em uma comunicação de qualidade, um aspecto favorável é o estabelecimento da relação entre a necessidade de limites e o cuidado. Ou seja, é propício para a comunicação esclarecer motivações, necessidades e consequências das atitudes, bem como o diálogo e a busca da compreensão dos sentimentos envolvidos.
Dessa forma, o famoso “por que?”, tão comum entre as crianças e os adolescentes, por exemplo, requer, sim, atenção e esclarecimento, em vez de uma simples resposta “porque eu mando”.

Portanto, é preciso que os cuidadores conciliem cuidado e autoridade, carinho e limites, sobretudo via uma comunicação com qualidade. Por fim, é válido lembrar que autoridade não deve visar simplesmente o controle, mas deve ser entendida como um princípio educativo, de maneira carinhosa e com limites, dando espaço para a expressão da criança ou adolescente como forma de cuidado.