Josefa
Eugênia Tenório Tavares
(Estagiária
de Psicologia - Univasf)
Uma
questão que pode causar dúvidas entre os cuidadores na educação das crianças e
adolescentes é como conciliar autoridade e cuidado, em outros termos seria
saber como estabelecer uma relação adequando limites e carinho.
A
compreensão mais comum (muitas vezes inconsciente) é de que para garantir uma
boa educação seria preciso impor regras e, autoritariamente, mantê-las. É como
se os educadores não entendessem a necessidade de explicar os sentidos das
regras, fazendo que sejam apenas cumpridas, mesmo através da força.
Por
outro lado, alguns cuidadores confundem cuidado com o agradar a criança não
estabelecendo limites. Importante ressaltar que estabelecer limites está
relacionado com a responsabilização na educação da criança ou adolescente e
também com o cuidado. O estabelecer limites de modo dialogado é uma forma de
cuidado e ajuda a criança a desenvolver responsabilidades.
Assim,
o sentido de autoridade é muitas vezes incompreendido por cuidadores, como
manter uma relação de respeito, estabelecendo limites e ao mesmo tempo
dialogada e carinhosa.
É
importante que exista uma relação de respeito mútuo, na qual a autoridade não é
imposta, mas compreendida como cuidado. Algo que pode ser considerado como
crucial para possibilitar uma relação de respeito é a existência de qualidade
na comunicação entre cuidadores e crianças/adolescentes.
Em
uma comunicação de qualidade, um aspecto favorável é o estabelecimento da
relação entre a necessidade de limites e o cuidado. Ou seja, é propício para a
comunicação esclarecer motivações, necessidades e consequências das atitudes,
bem como o diálogo e a busca da compreensão dos sentimentos envolvidos.
Dessa
forma, o famoso “por que?”, tão comum entre as crianças e os adolescentes, por
exemplo, requer, sim, atenção e esclarecimento, em vez de uma simples resposta
“porque eu mando”.
Portanto,
é preciso que os cuidadores conciliem cuidado e autoridade, carinho e limites,
sobretudo via uma comunicação com qualidade. Por fim, é válido lembrar que
autoridade não deve visar simplesmente o controle, mas deve ser entendida como
um princípio educativo, de maneira carinhosa e com limites, dando espaço para a
expressão da criança ou adolescente como forma de cuidado.