Por Thiago Santos
Na nossa sociedade, a
relação entre paternidade e maternidade é estabelecida de modo extremado, pois
de um lado há o frágil direito (paternidade) e do outro a obrigatoriedade
(maternidade). Um exemplo do frágil
direito é a licença paterna, que em algumas instituições há liberação de apenas
5 (cinco) dias. Do lado da obrigatoriedade, as mulheres tem, em alguns casos
até 6 (seis) meses. Este exemplo mostra que os homens, pelo menos na
perspectiva legal, não são responsáveis pela criação de seus filhos. O que de
fato temos alcançado com isso? Será que os homens não são tão engajados na
relação com seus filhos quanto às mulheres?
É claro que esse
fenômeno é mais complexo do que imaginamos, mas a construção da sociedade é
ainda alicerçada em um modelo patriarcal que legitima a exploração do corpo
feminino e impede os homens de lidarem de maneira aberta com seus sentimentos e
afetuosa com seus filhos. Vejamos os desenhos infantis antigos, quanto era a
presença masculina em comparação a presença feminina? E nas escolas de educação
infantil. Quais espaços são ocupados pelos homens? Não seria também função dos
homens acompanhar e participar de perto da educação dos filhos? Essas questões
inquietam e, mesmo sem respostas, alguns avanços precisam
ser apresentados.
Diversos pesquisadores
têm mostrado o aumento da participação masculina na criação dos filhos e esse
direito tem sido alcançado com muitas lutas e dificuldades. Mas, há ainda muito
que conquistar, diversos retrocessos precisam ser vencidos, como os olhares
conservadores do estatuto da família que cercam direitos anteriormente
alcançados. Além disso, é necessário ampliar e construir os espaços para
discussão da paternidade como forma de chamar os homens a essa
responsabilidade.
Portanto, a
participação masculina na vida dos filhos é um direito e um dos primeiros
passos para a transformação de uma sociedade mais justa e igualitária.
Outros textos:
http://primeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2015/12/RNPI-CECIP_seminario-nacional-2015.pdf