"Conceder a palavra às crianças não significa fazer-lhes perguntas e fazer com que responda aquela criança que levantou a mão em primeiro lugar [...]. Conceder a palavra às crianças significa, pelo contrário, dar a elas as condições de se expressarem."
(TONUCCI, 2005).

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

CONFERÊNCIA SOBRE AMAMENTAÇÃO NO LANÇAMENTO DA SEMANA DO BEBÊ DE 2015

A Semana do Bebê de 2015 do município de Juazeiro – Bahia, acontecerá no período de 10 à 16 de maio de 2015, diante disso, o Núcleo de Humanização, Educação Permanente, Gestão do Trabalho e Controle Social, a Comissão da Semana do Bebê da UNICEF, juntamente com a Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, promove o Lançamento da Semana do Bebê de 2015 no dia 26 de Fevereiro, de 8 à 12h, no Auditório do Restaurante Rio Center. O Evento será uma Conferência sobre Amamentação, contará com a Participação da Sociedade na divulgação de Trabalhos e Experiências, na escolha do tema de 2015, e com a Palestra sobre Mitos e Verdades: manejo, influências sociais e aconselhamento, ministrada pela Professora Mônica Cecília Pimentel de Melo, Doutoranda em Educação em Ciências - UFRGS/UFSM/FURG, Mestre em Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher – UFBA, Profª da UNIVASF - Enfermagem em Saúde da Mulher e Gênero. 
Estão sendo ofertadas cem vagas direcionadas a todas as instâncias intersetoriais, profissionais, associações, clube de mães, estudantes, comunidades, gestantes e público em geral. Para se inscrever os interessados deverão se dirigir ao Núcleo de Humanização, 2º andar da Secretaria de Saúde de Juazeiro, no período de 8 às 12h, e como pré-requisito, é necessário um pacote de fralda descartável. Serão disponíveis também dez vagas para a Mostra de Trabalhos e Experiências, sendo que apenas cinco poderão se apresentar nesse primeiro momento. Quem se interessar poderá inscrever seu Projeto sobre Amamentação e passar sua experiência na área, levando conhecimento e discussão para o evento. Informamos que todos os participantes receberão certificados e que as inscrições encerarão com o preenchimento das vagas. 
“É importante a participação da sociedade nas ações humanizadas pelos direitos da primeira infância. Essa mostra tem o objetivo de unir a população para juntos proporcionar melhores condições de saúde e bem estar, abordando o tema da Amamentação, lembrando que a Semana do Bebê é uma forma de contemplar ações em prol dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes do município e região”. (Carla Lorena Pesqueira – Representante da Comissão)

 LANÇAMENTO DA SEMANA DO BEBÊ 2015
CONFERÊNCIA SOBRE AMAMENTAÇÃO

DIA: 26/02/2015
HORÁRIO: 8 às 12h
LOCAL: Auditório do Restaurante Rio Center


PROGRAMAÇÃO: 
8h – Acolhimento;
8:20h - Apresentação da Semana do Bebê 2015 - A importância da sociedade nas ações humanizadas pelos direitos da primeira infância, com Carla Lorena Pesqueira – Psicóloga;
8:40h – Mostra de trabalhos e experiências sobre amamentação por parte de profissionais e comunidade;
9:30h – Coffee Break;
9:50h – Palestra com o tema: MITOS E VERDADES: manejo, influências sociais e aconselhamento, com:
Mônica Cecília Pimentel de MeloDoutoranda em Educação em Ciências - UFRGS/UFSM/FURG
Mestre em Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher - UFBA
Profª da UNIVASF - Enfermagem em Saúde da Mulher e Gênero
10:50h – Roda de conversa;
11:30h – Divulgação do tema da Semana do Bebê 2015 escolhido pelos inscritos.
11:50h – Encerramento.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Aos olhos do outro



As atuais tendências sobre o estudo da criança e da infância tem denunciado o lugar de inferioridade que esse ser vem ocupando na sociedade. Paralelo a esse combate, há um esforço em buscar novas compreensões teóricas e modelos metodológicos para dar conta de uma visão de infância e criança ativa, válida per si e intérprete do mundo. Porém, isso não significa também negar as cargas de contingências que esse ser carrega e toda a sua particularidade nas relações com a sociedade, sobretudo a família. Em outras palavras: aceitar o papel ativo da criança e entender a infância como uma fase do desenvolvimento humano em si (não como um ser faltante), não significa se descuidar da importância e do papel da família e dos pais no que diz respeito ao seu desenvolvimento e formação.

Foi a partir dessa compreensão mais complexa (porque integra esses dois lados: da criança/infância ativa e a influência dos pais/família) que li e destaquei um trecho da obra ficcional e ao mesmo tempo auto-biográfica de Albert Camus, “O primeiro Homem”. Gostaria de dividir com vocês.

“Uma criança não é ninguém por si mesma, são seus pais que a representam. É por meio deles que ela é definida aos olhos do mundo. É através deles que ela se sente verdadeiramente julgada, ou seja, julgada sem apelação, e era esse julgamento feito pelo mundo que Jacques tinha acabado de descobrir, e com ele seu próprio seu próprio julgamento sobre aquele coração mau que tinha...” (p.179).


Este trecho retrata a experiência do protagonista, quando criança, em uma escola da elite local. O protagonista, Jacques (que era o próprio Camus), vivia a experiência de ser julgado e avaliado, aos olhos do mundo escolar, a partir de suas origens familiares (humildes, pobres, sem escolaridade...). Essa criança se via, era vista e se sentia por aquilo que seus eram.

Marcelo Ribeiro.

Pesquisa analisa o brincar como promotor de saúde


(Informações: Informe ENSP –  Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca)
Qual a importância do brincar como mecanismo promotor de saúde para as crianças internadas? Para responder a essa questão, a aluna do mestrado em Saúde Pública da ENSP, Ligia Maria Rocha Rodrigues buscou entender como o brincar auxilia no bem-estar dessas crianças identificando resultados e mudanças que permitem à criança mais autonomia e participação durante a hospitalização, além de compreender como age sobre as interações sociais ocorridas entre elas, os profissionais de saúde e os acompanhantes, e analisar como pode vir a contribuir para uma ampliação do cuidado em saúde. Sob orientação da pesquisadora da Escola Regina Cele de Andrade Bodstein, foi acompanhado pela aluna, durante três meses, o Programa Saúde e Brincar, do hospital Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Os resultados obtidos mostraram que o brincar, enquanto recurso terapêutico, possibilita a criança ocupar um papel mais ativo, com bem-estar, autonomia e participação, agindo também sobre o fortalecimento das relações ocorridas entre os stakeholders e contribuindo para um tratamento que perpassa os limites físicos do adoecimento, fazendo com que a criança modifique suas percepções acerca das experiências vivenciadas dentro do hospital.

Foram entrevistados pela aluna 9 profissionais (integrantes do Programa Saúde e Brincar e gestores da enfermaria pediátrica) e 9 acompanhantes sobre a execução das atividades com as crianças internadas. Para ela, pensar em promoção da saúde no ambiente hospitalar é extremamente pertinente, especialmente quando neste espaço existem crianças que permanecem internadas durante longos períodos ou que sofrem com internações seguidas ao longo de suas vidas. “O hospital, nesse caso, transforma-se no único ou no principal cenário onde transcorrem suas vidas e onde suas atividades diárias são realizadas.” Além disso, acrescenta Lígia, as brincadeiras contribuem para que ela saia da condição passiva de objeto de tratamento para ocupar um papel mais ativo perante a hospitalização.

O estudo no IFF permitiu observar in loco a importância e o papel da brincadeira dentro de um ambiente hospitalar complexo, explicou Lígia. “Ao criar ou recriar um ambiente familiar das crianças e de seus acompanhantes, são inúmeros os benefícios, como relaxamento e prazer, facilitando e fortalecendo interações e cuidados, permitindo que as crianças vivenciem esse ambiente de outra perspectiva.” Ainda traz uma compreensão ampliada da saúde, disse ela, não como a ausência da doença, mas como um conjunto de aspectos psíquicos, sociais, culturais e ambientais, ampliando o olhar dos profissionais para estas questões e fazendo com que a criança perceba a sua saúde de uma forma mais positiva.

O Programa Saúde e Brincar do IFF completou 20 anos de sua existência em 2014 e, atualmente, desenvolve atividades referentes à assistência, ensino e pesquisa, voltadas para a saúde da criança e adolescente em situação de adoecimento crônico e hospitalização, onde o brincar é identificado como principal elemento. São muito os avanços nesse aspecto. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990) reconheceu como um direito da criança o brincar. Portanto, observa Lígia, um valor a ser sustentado de forma efetiva pela sociedade e pelas instituições brasileiras, dentre eles todos os hospitais públicos e privados. Já em 2005, por meio da Lei nº 11.104, tornou-se obrigatório a criação de um espaço com desenvolvimento de atividades lúdicas dentro dos hospitais brasileiros que ofereçam tratamento pediátrico. A Organização Mundial da Saúde criou, em 2004, por meio da Rede Internacional de Hospitais Promotores da Saúde (HPH-Children and Adolescents), o projeto “Respeito dos Direitos da Criança Hospitalizada” que tem o intuito de avaliar se os hospitais e serviços de saúde cumprem com os direitos das crianças internadas com base no que foi proposto na Convenção das Nações Unidas de 1989.

Ligia Maria Rocha Rodrigues é graduada em Fisioterapia pela Universidade de Fortaleza, com experiência na área de Saúde Pública em hospitais, ONGs e comunidades carentes de Fortaleza – CE. Sua dissertação foi apresentada em dezembro na ENSP.
Matéria retirada do site Primeira Infância em 09/02/2015
http://primeirainfancia.org.br/pesquisa-analisa-o-brincar-como-promotor-de-saude/

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Os benefícios da soneca

Segundo a matéria publicada pelo jornal O Globo, os cochilos, além de uma boa noite de sono, fazem diferença na memória e no aprendizado do bebê, especialmente até um ano. Quem faz esta afirmação são os especialistas responsáveis por uma pesquisa realizada na Universidade de Sheffield, Inglaterra, que mostra a relação do soninho com o aprendizado de determinadas habilidades.
Eles acompanharam mais de duzentos bebês, de seis meses a um ano, ensinando três novas tarefas com fantoches de mão. Crianças que não cochilavam depois do aprendizado foram comparadas àquelas que cochilavam de trinta minutos até quatro horas depois da atividade. Apenas as que tiravam um cochilo mais longo (mais de meia hora) se lembravam das atividades no dia seguinte.
A ideia de que a criança aprende mais quando está totalmente desperta parece cair por terra nesse estudo, já que a psicóloga que o coordenou acredita que o melhor momento para o aprendizado das crianças é um pouco antes da soneca. Mas, e quando os bebês não dormem? Aí vale uma análise mais ampla sobre esse fenômeno que não só prejudica a criança como também afeta os pais.
No Blog Amigas do Parto, Adriana Tanese Nogueira, que é uma das fundadoras da ONG Amigas do Parto, psicanalista, autora e educadora perinatal, faz algumas provocações importantes, que você pode compartilhar com os pais que têm bebês nessa situação. Normalmente, a falta de sono é daquela criança que dizemos estar ligada no “220”. Passa o dia entre uma atividade e outra, como se descarregasse toda a sua energia. À noite, continua tensa. A tendência de alguns adultos é de rotulá-la como hiperativa ou criança-problema. Será que, na realidade, ela é um reflexo do ambiente onde vive?
“Como um radar, o bebê capta todas as ondas da casa: sente a raiva da mãe pelo pai sem ver o sorriso fictício que ela lhe oferece; sente o estresse do pai, sente a tensão dos que passam, o medo e o desconforto que pairam no ar. Bebês que não dormem são, exatamente como adultos, pessoas que não estão bem, que sentem ansiedade e medo. Apesar de não haver leões por perto, a tensão da casa pode lhe parecer tão ameaçadora quanto um manada de rinocerontes correndo em disparada em sua direção. O adulto precisa parar tudo e focar sua atenção sobre o bebê para compreendê-lo. Isso é ser pai e mãe. Atenção é uma atitude mágica, mas para que ela seja real precisa que ocorra após ter parado tudo mesmo, ter deixado de lado o relógio, os compromissos, os incômodos e desejos para se estar literalmente à serviço do bebê, indo ao seu encontro”, comenta Adriana.


Esta matéria foi baseada na publicação: < http://desenvolvimento-infantil.blog.br/a-soneca-so-faz-bem/ >