Entre os dias 3 a 6 de setembro de 2018, aconteceu em Salvador – BAo XIX Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino – ENDIPE, tendo como tema norteador “Para onde vai a Didática?”. Participaram desse momento alguns integrantes do Núcleo de Estudos e Práticas sobre Infâncias e Educação Infantil (NUPIE), na busca de se imbuir ainda mais pelas reflexões educacionais vigentes. A edição do XIX ENDIPE foi organizada com variadas discussões tratando desde o processo de identidade docente, as reformas curriculares, as políticas educacionais até a didática e o currículo nas formações de professores.
Marcando sua presença, membros do NUPIE apresentaram dois painéis discutindo pesquisas relacionadas aos eixos de formação de professores. O primeiro painel, intitulado “Pesquisa-Formação: propostas experienciais com educadores, envolvidas de escuta e (re)pensar de práticas”, trata de pesquisasrealizadas por Iolanda Barreto e Clara Sousa a nível de Mestrado em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares (PPGFPPI), e Vanessa Duarte, do Mestrado Profissional em Administração (PROFIAP), tendo como orientação o Prof. Marcelo Ribeiro. O segundo painel apresentado teve como título “Práticas Formativas e Identidades Docentes: experiência de uma autarquia municipal de Educação Superior”, de autoria dos Profs. Josenilton Nunes, Rosi Rocha e Marcelo Ribeiro.
Como participantes do XIX ENDIPE ainda tivemos a presença calorosa de Lila Santos (Mestranda no PPGFPPI) e Maria Júlia Duarte (Filha de Vanessa Duarte). Tais momentos geraram discussões especialmente em torno da formação dos professores (as) na região do Vale do São Francisco e que rumos estão sendo vivenciados nas práticas dos nossos inúmeros professores (as).
Cada integrante compartilha aqui o seu olhar mediante a participação no XIX ENDIPE:
Clara Sousa– Participar do XIX ENDIPE foi continuar a refletir uma educação que pense sempre no outro e não que sejam impostos por um número reduzido de pessoas como uma colonização. Houve discussões em torno de tantas problemáticas que envolvem a educação, mas a que em mim ecoou de maneira mais presente foi a preocupação em torno do elevado índice de adoecimento docente, desesperança diante da profissão, angústias que só crescem mediante a realidade em cada sala de aula, levando a definhamento de tantos professores (as) pelo sentimento de desamparo e desestrutura para uma educação verdadeiramente de qualidade. Saio com o desejo de continuar a tentar a se esperançar e a colocar em prática tanto do que a formação profissional tem me estimulado a viver.
Vanessa Duarte– Estar no XIX ENDIPE foi uma experiência única. Ouvir diálogos e reflexões acerca da didática me deu ainda mais energia para continuar minha “migração” da gestão pública para a educação. Apresentar um painel junto com as companheiras Clara e Iolanda sob a orientação do Prof. Marcelo foi sem dúvida inesquecível. Porém, como pesquisadora da Educação Inclusiva senti falta de momentos que tratasse do tema a nível do ENDIPE. A educação especial também precisa ter sua didática estudada, suas práticas também precisam ser revistas. Faltou essa discussão, esse diálogo. Então diante dessa constatação reafirmo minha certeza de que a Educação Inclusiva necessita de pesquisa, necessita de atenção, porque ela faz parte do todo.
Majú Duarte– Quando minha mãe me chamou pensei que seria muito chato ir a um evento sobre educação, na verdade só estava indo porque gosto de Salvador. Mas quando ouvi a primeira palestra criticando a forma de ensino comecei a gostar, porque vi que eu estava certa em achar que a escola tem vários defeitos. Também gostei de ver minha mãe (Vanessa) e suas amigas nervosas para apresentar um trabalho, igual a mim. Vi que alunos são todos iguais independentemente da idade. Também gostei de conhecer o professor Marcelo e todas as orientandas.
Marcelo Ribeiro– O ENDIPE é um desses grandes encontros que a gente consegue fazer uma espécie de estado da arte da educação. Um misto de evento científico e de militâncias da educação, numa polissemia de temas, o ENDIPE consegue reunir profissionais, estudantes e pesquisadores da educação de diversas áreas, regiões, gerações e perspectivas teórica-metodológica. Um espaço, por si, muito formativo. Estar no ENDIPE é como beber na fonte, sobretudo na fonte dos encontros, de modo que a gente pode viver vários encontros no encontro. Estar com pessoas queridas no ENDIPE, principalmente pessoas ligadas ao NUPIE foi uma oportunidade a mais de atualizar boas conversas, elaborar finas reflexões e aprender juntos.
Iolanda Barreto– Participar de um evento como o ENDIPE, logo após a finalização de uma pesquisa-formação, nos proporcionou um momento bastante reflexivo, sobretudo, fez com que refletisse sobre a diversidade de saberes dos sujeitos, bem como as temáticas que se propõem discutir sobre a Educação. Outro ponto que destaco e que me chamou a atenção foi a simplicidade e humildade com que Selma Garrido Pimenta, pesquisadora 1 A CNPq, conduzia a apresentação dos simpósios. Por outro lado, me chamou a atenção a “arrogância intelectual”, uma postura, de alguns, poucos pesquisadores. É preciso, urgentemente, colocar em prática o que Freire (2011, p. 69) bem colocou “É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”.Um encontro que me proporcionou também a alegria de conviver, nesses dias com Clara, Vanessa, Marcelo, Maju e Lila, no qual saberes foram compartilhados, afinal, é “o diálogo que proporciona o encontro entre homens como sujeitos que interagem nos processos de transformação do mundo”. É com este pensamento que retornarei e darei continuidade a minha pesquisa e ao meu trabalho.
Lila Moraes- Participar do ENDIPE pra mim foi um momento ímpar de reencontro profissional e pessoal. Um lugar de produção de conhecimento e troca de experiências, repleto de verdade e poética. Professores e professoras reunidos, gerando força na luta pela educação brasileira.
Viver essa experiência ao lado de colegas tão comprometidas com a educação e com o outro fez toda diferença, vê-las na fase final do Mestrado gerou em mim confiança estando nos primeiros passos, parabéns pelos trabalhos. Gratidão ao nosso orientador Marcelo Ribeiro por proporcionar um encontro tão rico, e as colegas pelos momentos compartilhados, Vanessa, Clara, Iolanda e Maju, esta nos proporcionou uma olhar lindo sobre cada passo dado.
Agora sigamos, como diz o poeta, "caminhando e cantando e seguindo a canção...".